Este artigo vai te ensinar a escrever melhor em 10 minutos ou menos

Artigo originalmente publicado em: https://www.linkedin.com/pulse/esse-artigo-vai-te-ensinar-escrever-melhor-em-10-minutos-cordeiro]

Um título pretensioso? Talvez. Ainda assim, garanto que está longe de ser falso. Posso te assegurar de que nenhum livro da escola te ensinou o que você vai ver aqui…

Não, este artigo não vai te mostrar como usar palavras mais rebuscadas, nem te ensinar a não cometer os erros mais comuns da língua portuguesa. Esses problemas são muito mais fáceis de serem resolvidos.

O que você vai aprender aqui é bem mais valioso e, consequentemente, mais difícil de ser resolvido, mas você consegue – tenho certeza. Essa pequena leitura vai te ensinar a se comunicar de maneira com que as pessoas, de fato, queiram ouvir o que você tem a dizer. Você vai aprender a transformar palavras em discursos realmente interessantes, que mereçam ser lidos ou escutados até o final, por qualquer um.

Se você trabalha com e-mail marketing, copywriting, marketing de conteúdo e afins, esse artigo é obrigatório! Mas, se você só quer aprender a se comunicar melhor no dia a dia, sem necessariamente precisar vender algo a alguém… é obrigatório também! ?

Grave bem o negrito que você vai ler a seguir. Mas grave mesmo! Anote no seu caderno. Cole um post-it na sua mesa. Ponha um adesivo no seu carro. Tatue, se for preciso:

#1 Parar de falar de você mesmo, do seu produto ou da sua empresa, e comece a falar sobre o próximo e o que você pode fazer por ele.

Siga essa regra e garanto que qualquer coisa que você escrever ou dizer daqui pra frente se tornará impossível de ignorar.

Ou não siga essa regra e prepare-se para se tornar uma pessoa desinteressante, que não consegue persuadir ninguém, nem prender a atenção de ninguém – isso se você já não é essa pessoa.

Você reparou no começo deste artigo? Logo de início, procurei esclarecer os benefícios que você teria ao terminar de ler esse texto. Procurei te mostrar que o tempo investido nessa leitura faria com que você se beneficiasse. Foquei em você, leitor, e nas suas necessidades. Isso – e apenas isso – pode prender a atenção de qualquer pessoa.

Somos, naturalmente, egoístas. Se você discorda dessa afirmação, repare no seguinte: passamos a maior parte do tempo pensando em nós mesmos e nos nossos problemas. E isso não é uma mera opinião minha: há algumas décadas, a New York Telephone Company fez um minucioso estudo das conversas telefônicas para saber qual a palavra mais frequentemente usada nos diálogos. Consegue adivinhar qual foi? O pronome pessoal “eu”, usado em 3.990 vezes em 500 conversas gravadas.

E, quando transferimos esse egoísmo para nossos relacionamentos, viramos aquela pessoa desagradável, egocêntrica, com quem ninguém gosta de conversar. Quando transferimos para os nossos negócios (atenção copywriters e redatores!), prejudicamos nossas vendas.

Por exemplo, muitos “marketeiros” escrevem seus e-mails, mais ou menos, da seguinte maneira:

Percebe o que há de errado em e-mails como esse?

Eu, eu, eu. Minha empresa, minha empresa, minha empresa…

Péssimo. Terrível. Horroroso.

Pode ter certeza que o Sr. Endinheirado vai fazer questão de mandar esse e-mail direto para a lixeira. Afinal, por que ele – ou qualquer outra pessoa – deveria se importar com algo que:

  • Não foca nos seus problemas e nas suas necessidades
  • Não demonstra, claramente, como ele vai se beneficiar com a sua proposta

Por essas mesmas razões, você, provavelmente, já mandou muitos e-mails para a lixeira, fechou muitos vídeos nos primeiros minutos e abandonou diversos textos nos primeiros segundos.

#2 O início do seu texto define se o leitor irá lê-lo até o final ou não

Assim como suas primeiras palavras numa apresentação definem se seu público irá te ouvir até o final ou não. E como você pode garantir que terá tal atenção? Mostrando que o que você tem a comunicar irá beneficiá-los.

Se você trabalha com vendas e costuma enviar e-mails parecidos com aquele exemplo acima, você está perdendo seu tempo e, pior, o tempo do seu leitor – isso sem mencionar o dinheiro. E não é para pouco: você só está falando sobre você.

Tenha em mente que ninguém quer saber de você ou de mim – com exceção de nossas mães, talvez. As pessoas querem saber delas mesmas. O Sr. Endinheirado liga para os problemas dele, para a esposa dele, para os filhos dele. Se você não pode ajudá-lo com nenhuma dessas coisas, por que ele deveria se interessar pelo que você tem a dizer?

Um e-mail melhor para mandar ao Sr.Endinheirado seria algo parecido com isso:

Esse pequeno – e até simplista – e-mail já seria o suficiente para gerar muito mais resultados do que aquele primeiro texto escrito pelo Walter Sópensoemmimmesmo Júnior.

Eis uma outra frase importante para anotar – ou tatuar:  

“Estamos interessados nos outros, quando eles se interessam por nós” – Públio Siro

Você não precisa ser um marketeiro para se beneficiar desse ensinamento. Qualquer pessoa pode – e deve – aplicar (ou pelo menos se esforçar para aplicar) esse conceito diariamente. Quando você quiser convencer alguém de qualquer coisa, mostre como a pessoa poderia se beneficiar com isso. Na próxima vez que você quiser fazer uma nova amizade, deixe os seus gostos um pouco de lado: descubra algo que a pessoa goste muito e converse sobre esse assunto. Na sua próxima entrevista de emprego, não, simplesmente, fale de si mesmo: mostre como suas competências podem ajudar o negócio do seu entrevistador a crescer.

Existem muitos outros truques e gatilhos mentais para prender a atenção das pessoas – e pretendo escrever mais sobre isso num futuro artigo -, mas nada disso é tão importante quanto fazer o básico: demonstrar um legítimo interesse no próximo, nos seus problemas e nas suas necessidades.