Como Ficar Mais Inteligente (Parte I)
(Esse artigo foi originalmente publicado em nossa lista de e-mails no dia 21/02/2020. Para entrar nela também, clique aqui.)
Aos 13 ela era considerada um das maiores prodígios dos EUA. Aos 23 ela tinha virado prostituta. Esse é o caso da Sufiah Yusof, uma garota prodígio que entrou em Oxford com a mesma idade que outras adolescentes estão cursando a sétima série. Em 2015, alguns anos depois de ter sido encontrada como prostituta num site de Londres, ela disse que: Eu não tenho dinheiro, estou procurando um quarto e um emprego temporário e não tenho diploma. — Por que estou te contando essa história triste? Apenas para ilustrar que QI não é necessariamente a melhor métrica para avaliar a inteligência. Por isso, nesse e-mail te apresento uma métrica melhor. Não tão exata, porque não pode ser quebrada em números como o QI… Mas talvez mais útil. Deixe-me explicar. — Existem diferentes tipos de inteligência. Inteligência corporal, inteligência matemática, inteligência musical, etc… Mas a que quero falar hoje, é a qual chamo de “Inteligência Útil”. O que é Inteligência Útil? É a capacidade de alcançar objetivos complexos. Inteligência não é solucionar contas de matemática rapidamente. Ou ir bem na escola. Ou ter um bom emprego. Mas… Inteligência PODE ser cada uma dessas coisas… SE elas forem seu objetivo. Faz sentido? — Reflita na seguinte situação: Imagine um professor de matemática, que todos julgam ser muito inteligente. Isso porque ele sempre foi bem na escola, sempre foi um prodígio de matemática, e até hoje impressiona seus colegas de profissão. Agora, imagine que essa pessoa está se sentindo miserável, porque não está onde queria estar na vida. Ela queria ter conforto financeiro, mas não tem. Será então que ele é realmente inteligente? Ou será que ele apenas é bom em matemática? Essa é a reflexão que quero trazer para você. Poder cognitivo, por si só, pode não te levar a lugar algum. Pense nele como um combustível. Quanto mais você tiver, melhor. Mas se você não dirigir seu carro… ou não se perguntar onde está indo… você jamais vai chegar no seu destino final. Ou seja… Você precisa dedicar um tempo para realmente pensar no seu objetivo. — Vou citar mais um exemplo. Digamos que você sempre sonhou em ser um músico de sucesso. Que seu sonho é virar um artista top 100 do Brasil no Spotify. Qual será que é o melhor caminho para alcançar isso? Será que você faz uma faculdade de música? Tenta essa carreira desde o começo? Talvez. Talvez não também. Porque se você fizer algumas contas e um pouco de planejamento, você pode entender que talvez esse caminho não é o melhor. Deixe-me explicar. Pense na sua trajetória. Qual é a chance de você ter um hit musical? De você precisar de dinheiro até encontrar esse hit? De que você vai performar pior justamente porque está desesperado, sem dinheiro? Qual é sua chance final de virar um artista top 100 tendo essas variáveis em questão? Parece deprimente? Mas não é. Porque considere a alternativa. Imagine que você primeiro resolve dar foco para o lado financeiro da sua vida. Que você mapeia mercados e oportunidades que podem te dar dinheiro. E que então… Depois de ter liberdade financeira você busca essa sua meta. Será que dessa maneira você não tem mais chances de alcançá-la? Sem o estresse e desespero que a falta de dinheiro te proporcionaria? Sim, né? O ponto é: se você cuidar primeiro dos seus problemas financeiros todos outros problemas serão mais fáceis de serem resolvidos… E os seus objetivos mais fáceis de serem cumpridos. — Agora, como alcançar objetivos complexos? Se inteligência é alcançar objetivos complexos, então primeiro devemos aprender a estabelecer objetivos. Para isso, proponho o seguinte framework: O.Q.E. Você vai entender com o seguinte exemplo: Objetivo: ganhar dinheiro. Questionar: quanto? até quando? como? por que? Especificar: fazer 100.000 limpos todo mês porque eu quero ter liberdade financeira. Agora que você tem um objetivo específico, é hora de pensar em maneiras de alcançá-lo. E qual a mais fácil? Simples, estudando quem já fez algo parecido antes. — E como você encontra quem já fez algo parecido antes? Suas opções estarão limitadas ao que você conhece na hora. Porque você não sabe o que você não sabe. Então, a primeira coisa para fazer, antes de começar a modelar, é ficar exposto ao maior número de ideias possíveis. Quanto maior seu input, maior seu output. Então… 1) leia muito livros 2) se conecte com pessoas que já chegaram onde você quer chegar 3) aumente as chances do acaso (vá para eventos, vá para um co-working, mude de cidade, viaje, vá para masterminds, etc…) 4) entreviste pessoas que já chegaram na sua meta (que padrões você consegue observar?) — Agora, depois que você especificou seu objetivo e começou a modelá-lo baseado em alguém que já o fez antes… É hora de entender que seu objetivo é maleável. Você deve ter a certeza de que vai alcançá-lo. Mas você nunca terá certeza de COMO ira alcançá-lo. Então, se por exemplo, seu objetivo é fazer 100 mil por mês, você precisa ter convicção de que pode alcança-lo. Mas você também precisa ter humildade para aceitar que provavelmente não será da maneira que você está planejando. Novas informações levam a novos objetivos. — Resumindo: 1) inteligência não é QI ou poder cognitivo, mas sim a capacidade de alcançar objetivos complexos 2) use o O.Q.E para te ajudar a estabelecer objetivos mais específicos 3) busque padrões nas pessoas que já alcançaram objetivos parecidos 4) aumente a quantidade de inputs (você não sabe o que você não sabe) Gostou desse tipo de artigo? Me responde esse e-mail com seus pensamentos que lhe trago mais coisas assim. Abs, Max |